quarta-feira, 8 de julho de 2009







Dulcino Guignoni, a volta triunfal de um gênio

Algumas vezes as palavras são insuficientes para enaltecer o talento do indivíduo. E o esporte rende-se aqueles que o possuem de maneira insofismável. O turfe morre de amor pela desconcertante capacidade profissional do treinador Dulcino Guignoni. Ele é um destes fora de série que tiram o fôlego da platéia com sua competência e genialidade. Depois de cumprir longa suspensão por medicação de um dos seus pensionistas, esta semana voltou aos programas oficiais com a corda toda. Foi um início de temporada exuberante e devastador.

No sábado, Guignoni ganhou o GP Gervásio Seabra, com Colorado Sam, do Stud Alvarenga, e no domingo, o GP Adayr Eiras de Araújo, com Hope, do Stud Azul e Branco. De quebra, Qualidade Indy, do Stud Dois Irmãos, levou a melhor em Cidade Jardim, atuando em nome de Ronaldo Lima, no GP Luiz Fernando Cirne Lima. Guignoni trata-se de um fenômeno na arte de treinar cavalos de corrida.

O adjetivo avassalador é o mais adequado para o retorno do treinador a sua atividade profissional. Guignoni estava em desvantagem teórica nos três confrontos clássicos. Colorado Sam é um cavalo de campanha espetacular, mas pegou prova preparatória contra cavalos mais novos, enquanto ele completou seis anos. Com preparo mais que perfeito e direção inspirada de Marcos Mazini, outro grande destaque nesta primeira semana do ano hípico, Colorado Sam colocou importante triunfo no currículo.

Na prova preparatória para o GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra, em 2.000 metros, na grama, Guignoni fez duas inscrições : La Vendetta, do Haras Tributo à Ópera, e Hope, do Stud Azul e Branco. A primeira uma égua clássica e qualificada, mas inscrita um pouco em cima da corrida de reaparecimento. Obteve uma regular quinta colocação. Hope trazia um segundo lugar numa prova comum para éguas de quatro anos com uma vitória. Mas a sensibilidade do treinador falou mais alto. Com o pedigree Know Heights e Maria Star, filha de Ghadeer, ele decidiu que ela poderia sair-se bem no aumento do percurso. Montada com muita precisão por Dalto Duarte ganhou a Taça Onze de Julho.

“Este cara é um gênio! A gente tem que tirar o chapéu para ele. E nos páreo de distância então, é um fenômeno! Só com muita sensibilidade, o treinador tem coragem de inscrever uma égua, que vem de segundo lugar no páreo de uma vitória, na prova preparatória para o Brasil das éguas. Eu fico entusiasmado em ter um colega de profissão assim”, comemorou Leopoldo Cury, veterinário, professor universitário e também treinador.

Qualidade Indy, do Stud Dois Irmãos, foi outra proeza de Guignoni. Desta vez ele acabou por atrapalhar o próprio filho, Leandro Guignoni, agora no turfe paulista. Inscrita em nome de Ronaldo Lima devido à suspensão de Guignoni, ela derrotou Hilaris, pensionista de Leandro, nos metros finais. O GP Luiz Fernando Cirne Lima foi disputado em Cidade Jardim, quinze minutos antes do triunfo de Hope aqui na Gávea. Foi a primeira corrida de Qualidade Indy em São Paulo, mas conseguiu superar a viagem e um bom lote de adversárias.

A pouco mais de 20 dias da semana mais importante do turfe nacional, Dulcino Guignoni está confiante em recuperar o tempo perdido devido à suspensão. Atencioso com a imprensa, ele nos recebeu com um forte abraço na Repesagem. Admitiu ter ficado frustrado com o longo tempo ausente do hipódromo carioca, mas disse que o grande consolo foi ter ganhado a estatística clássica nacional pela quarta vez consecutiva embora tenha ficado sete meses afastados. “A minha motivação continua grande. Tenho amor a minha profissão e me sinto gratificado toda vez que consigo ganhar um clássico. Vamos caprichar para a semana do Grande Prêmio Brasil!”, exultou.


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