sexta-feira, 31 de julho de 2009

NOS MÍNIMOS DETALHES

Clássico Luiz Gurgel do Amaral Valente
Taça Criação Paranaense (L.) –1.200v – 31.07.2009

Produtos de 3 anos e mais idade.

Great-Exam, em violenta atropelada, vence a 1ª prova nobre da semana.

Obteve sua 8ª vitória na Gávea, sendo esta, a 1ª clássica.


O páreo saiu num ritmo muito veloz. Casca Fina assumiu a ponta, com PTValentine em seu encalço e a seguir iam Summer Talk, Chilavert, Great-Exam, Hurry You, Tum Tum Tum e por último, Sherlock.

Casca Fina passou os 1ºs 800 em 48s33. Na altura dos 250, Hurry You que deu pequena vantagem na curva, dominava PTValentine, que por sua vez, dominava Casca Fina. Enquanto isto, Great-Exam, que entrara na reta em 6º, aparecia como um bólido, dominando de passagem os 3 que estavam na mesma linha de ponta e foi disparando para o disco.

Hurry You foi ótimo 2º. Dominou o páreo no 250, tendo que, logo a seguir, se entregar à avassaladora atropelada de Great-Exam.

PTValentine lutou pela ponta até os 250, depois perdeu duas colocações.

Completaram o marcador, Casca Fina e Chilavert, 4º e 5º colocados respectivamente.

Great-Exam marcou o tempo de 1m12s33.

Não foram apresentados: Point Blank, River Plate e Hermoso y Guapo.


Ficha técnica do ganhador:
Filiação: Choctaw Ridge e Grata Persona (Phone Trick)
Criador: Haras San Francesco
Proprietário: Stud Exocet
Jóquei: D. Duarte
Treinador: R. Solanés


Sérgio Melgaço

quinta-feira, 30 de julho de 2009







Turfista terá GP Brasil de alto nível técnico

Depois de 27 anos na profissão de cronista de turfe me surpreende o sentimento renovado no meu íntimo, a cada temporada, quando começo a escrever sobre o Grande Prêmio Brasil. A sensação é a de um calouro, sentado pela primeira vez numa redação de jornal, com a responsabilidade de participar da cobertura de um grande evento. Hoje, depois de tantos anos, a realidade é outra. Mas, em 1982, quando ganhou Gourmet, do Haras Ipiranga, montado por Juvenal Machado da Silva, eu tinha apenas 23 anos. O diploma da Faculdade de Comunicação me havia sido entregue dois meses antes daquela inesquecível vitória, de ponta a ponta. Eu só entraria para o Jornal do Brasil em dezembro, mês do inesquecível duelo pela estatística entre Juvenal e Jorge Ricardo, empatados até a última reunião do ano. Foi a primeira estatística do Ricardinho e a última do Juvenal.

Naquele instante eu era apenas um turfista apaixonado, fã incondicional do jóquei alagoano, recém casado, e a procura de uma oportunidade na imprensa. Com minha mulher grávida e poucas alternativas no mercado de trabalho apostei o que restava da minha indenização, após a saída do emprego no Serpro, no cavalo do Juvenal. Era dia 1º de agosto, dia do meu aniversário, e o rateio de R$ 10,20, foi a maior tacada que dei até hoje numa corrida de cavalos. Quando Gourmet cruzou o disco senti aquele alívio de pular um obstáculo que parecia intransponível. Até hoje foi a maior emoção no turfe. E toda minha vida mudaria a partir daí. Troquei a tribuna A, do hipódromo, pela redação do JB, na Avenida Brasil, nº 500, logo depois da Rodoviária.

No Jornal do Brasil convivi com os maiores cobras do jornalismo esportivo, entre eles, João Saldanha, emérito turfista, Sandro Moreira, Oldemário Touguinhó, João Máximo, Vicente Sena, Marcos de Castro, Aparício Pires, Antônio Maria Filho, Fernando Calazans, Paulo César Vasconcelos, João Areosa, Tim Lopes, Tadeu Aguiar, Sérgio Rodrigues, Mair Pena Neto, Eloir Maciel, José Antônio Gerhain, Marcos Ribas de Faria e Ester Lima, hoje no mesmo barco comigo aqui no Jockey Club Brasileiro. O turfe tinha espaço extraordinário naqueles tempos. A editoria de esportes tinha quatro páginas diárias, duas de futebol, uma de turfe e a outra para todos os demais esportes. O mesmo acontecia no O Globo e no O Dia. Eram tempos gloriosos aonde o turfista se deleitava com as matérias detalhadas sobre os cavalos, jóqueis e treinadores. Os aprontos matinais e as barbadas.

De volta a 2.009, o Grande Prêmio Brasil deste ano será sensacional. Em primeiro lugar, por que os três favoritos da prova, normalmente, já deveriam ter sido embarcados para os Estados Unidos, Europa ou Dubai. Flymetothemoon, do Haras Doce Vale, Hot Six, do Stud Estrela Energia, e Smile Jenny, do Stud Torna Surriento, são animais de exceção. Nos últimos anos, todos os puros-sangues com sua classe foram negociados para o exterior ou embarcados por seus proprietários para seguir campanha por lá. Eles agora viraram a idade e têm direito de correr o Grande Prêmio Brasil. Me parece bastante viável que um deles escreva o seu nome na galeria dos vencedores da tradicional prova.

Outro fator motivador do público para a prova deste ano foi a decisão da diretoria do Jockey Club Brasileiro de homenagear dois dos maiores ídolos do turfe brasileiro de todos os tempos; Jorge Antônio Ricardo e Juvenal Machado da Silva. Reverenciados por uma legião de fãs, Juvenal e Ricardinho vão atrair uma multidão de antigos turfistas para o prado no intuito de participar desta homenagem. Muita gente que costumou-se a comodidade dos agentes credenciados, vai aparecer no prado.A motivação de homenagear os ídolos deixará de lado a facilidade de assistir as corridas perto de casa, sem necessidade de condução e o conforto de colocar bermuda, camiseta e sandália.

O turfe é uma paixão.Uma tarde no hipódromo é algo incomparável. A entrada é franca para o espetáculo das fardas coloridas, o barulho do movimento titânico das patas dos cavalos e a elegância das mais belas mulheres numa tarde de Grande Prêmio Brasil. Tudo isso mexe com o coração de qualquer turfista. No próximo domingo, você terá a oportunidade de reviver esta sensação tão especial de se arrumar para ir ao hipódromo. Pegue o binóculo no canto do armário e imagine quantos páreos inesquecíveis ele já compartilhou com você. Escolha uma gravata bonita e compare com as opções de camisa. E o terno? Pode estar meio surrado, mas nada que uma lavanderia não corrija. Anime-se! No domingo você vai acertar uma grande barbada! Será mais um domingo muito especial na sua vida. Domingo, 2 de agosto de 2.009, é o dia do Grande Prêmio Brasil!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

NOS MÍNIMOS DETALHES

Clássico Imprensa (L) – Taça SPORTV, O Canal Campeão
1.600 A - 26.07.2009


Tell It To, Wild Event e Note Well (Jules), criação do Haras Santa Maria de Araras e de propriedade do Stud Araré, obteve sua 3ª vitória, a 1ª em prova clássica. Em 4 apresentações na Gávea, cruzou o disco sempre no 1º posto, só que na estréia perdeu o 1º lugar, em virtude de desclassificação, por decisão da comissão de corridas.

Assistimos o páreo em companhia do nosso amigo Luis Antônio Ribeiro Pinto. Sir Tony, que nos disse durante o canter, que o Alemão corria com muita fé o Tell It To. Completamos - e nós fazemos muita fé no Alemão.

Desde a partida, M. Cardoso, piloto clássico por excelência, tratou de assumir a dianteira. Seu pilotado ditou sempre o ritmo da prova. Após percorrerem 700 metros, Olympic Hawk se firmava no 2º posto e Leão Coroado e Talharim disputavam o 3º lugar.

Nos 400 finais, Olympic Hawk tentava se aproximar de Tell It To, mas este resistia às investidas do defensor do Regina e seguiu firme até o disco de chegada, passando pelo espelho com 1 ½ corpo de vantagem sobre seu mais poderoso adversário.

Em 3º muito afastado, chegou Leão Coroado e em decepcionante 4º e último lugar, Talharim.

Este correu certamente bem menos do que sabe. Talvez a tentativa de seu treinador em acalmá-lo no box, possa ter sido o motivo do decréscimo de seu estado atlético. Vamos aguardar...

Tell It To, marcou para os 1.600 o tempo de 1m41s24.


Sérgio Melgaço

















Na foto acima, Marcelo Cardoso exibe seu troféu para a equipe do
SPORTV, canal 39 da NET, comandada pelo repórter
Victorino Chermont de Miranda.

quinta-feira, 23 de julho de 2009







Juvenal e Jorge Ricardo, justa homenagem no GP Brasil

O Grande Prêmio Brasil deste ano vai homenagear dois dos principais jóqueis brasileiros de todos os tempos: Juvenal Machado da Silva e Jorge Antônio Ricardo. A decisão da diretoria do Jockey Club Brasileiro é das mais justas e oportunas. Juvenal aposentou-se há pouco tempo e mantém a condição de recordista de vitórias na prova, com cinco triunfos, através de Aporé, Gourmet, Grimaldi, Bowling e Flying Finn. Jorge Ricardo ganhou apenas dois, com Falcon Jet e Much Better, mas perdeu outros dois para o próprio Juvenal em cima do laço em dois duelos sensacionais.

Os dois grandes ídolos vivem momentos diferentes. Juvenal sente saudade dos grandes momentos vividos nas pistas, mas está readaptado a vida pacata de Delmiro Gouvêa, interior de Alagoas, aonde têm sua fazenda, algumas cabeças de gado e trabalha duro na lavoura, nas suas plantações. Vai aproveitar a realização do Grande Prêmio Brasil de 2.009, 30 anos depois de sua primeira vitória com Aporé, para o lançamento de um documentário que conta toda sua trajetória desde a chegada ao Rio de Janeiro passando pelas grandes conquistas e a volta a terra natal.

Jorge Ricardo passa pelo momento mais difícil de sua vida. No auge da carreira, logo depois de bater o recorde mundial e conquistar a primeira estatística no turfe argentino, alguns exames revelaram a presença de um linfoma, câncer no sistema linfático. A doença estava controlada desde 2.007 e os exames de sangue até revelaram ligeira regressão. Depois da queda sofrida no Latino-americano, disputado em Cidade Jardim, o jóquei recuperou-se de fratura em uma vértebra e outra na base do crânio. Mas os exames de sangue revelaram a evolução do antigo problema. Ricardo começou a quimioterapia, os médicos estão otimistas, mas a notícia chocou os turfistas brasileiros.

CINCO VEZES JUVENAL

Juvenal Machado da Silva começou a montar na Gávea em 1972. A primeira vitória foi com Eringa, treinada por Felipe Pereira Lavor. Dono de estilo inconfundível, ele possuía perfeito equilíbrio em cima dos cavalos e uma tocada clássica, em perfeita sincronia com os galões dos cavalos. Usava o chicote com as duas mãos e fazia os seus pilotados trocarem de mão inúmeras vezes. Era intuitivo e surpreendente. Tinha perfeita noção do trem de corrida, como se tivesse um relógio na cabeça. Carismático e irreverente conquistou uma legião de fãs e tornou-se imortal com o famoso jargão do locutor Ernani Pires Ferreira: “E lá vem o Juvenal!”.

Juvenal ganhou o primeiro Grande Prêmio Brasil com Aporé, dos Haras São José e Expedictus, em 1979. O jóquei titular da coudelaria Paula Machado, o chileno Gabriel Meneses, preferiu montar Amazon. Aporé tomou a ponta, floreou e levou ao delírio os fãs do jóquei alagoano. Três anos depois, em 1982, Juvenal repetiria à tática que havia dado certo. Montou Gourmet, do Haras Ipiranga, e enquanto os rivais preocupavam-se com o craque argentino New Dandy, ele voltou a ganhar de ponta a ponta. Em 1986, com Grimaldi, de Delmar Biazoli Martins, ele venceria seu terceiro Grande Prêmio Brasil, no primeiro duelo direto com Jorge Ricardo, que montou Bowling, do Haras Santa Ana do Rio Grande. No ano seguinte, Jorge Ricardo preteriu Bowling para montar Bat Masterson, da mesma coudelaria. Juvenal montou Bowling e chegou ao tetra-campeonato. E finalmente, em 1990, Juvenal adiaria mais uma vez o triunfo de Jorge Ricardo. Flying Finn, do Stud Numy, derrotou Falcon Jet, do Haras Santa Ana do Rio Grande, por escassa diferença.

A FORRA DE JORGE RICARDO

Jorge Ricardo montou pela primeira vez em 1976, justamente o ano em que Juvenal, por coincidência, ganhou sua primeira estatística. A primeira vitória foi logo na estréia no dorso de Taim, treinado por seu pai, o ex-jóquei, Antônio Ricardo. Foram seis anos de reinado de Juvenal, mas 1982, num duelo inesquecível, os dois jóqueis chegaram empatados a última reunião da temporada. Ricardo levou a melhor ao vencer seis páreos. Daquele dia em diante, nunca mais perdeu uma estatística na Gávea.

Ricardinho conquistou de forma meteórica o público turfista pela energia, técnica e dedicação. Sempre foi perfeccionista. Trabalhava de forma incansável nos matinais e com isso se transformou no rei do preparo físico. Era difícil derrotá-lo numa reta cabeça com cabeça. Só mesmo se o outro jóquei estivesse com mais cavalo. Sua trajetória lembra muito a de Ayrton Senna no automobilismo. Quebrava recordes em cima de recordes. Em 30 anos de carreira construiu um currículo incomparável, com vitórias em todas as provas importantes da América do Sul.

Até pouco tempo estava no topo do mundo e despertou curiosidade da mídia turfista de outros países. Travou duelo direto com o canadense Russel Baze e o superou. A queda o apanhou de surpresa, em março, quando já estava mais de 70 triunfos a frente do rival. Recuperado das contusões voltou ao trabalho e já se aproximava do recorde mundial. A notícia do linfoma e da interrupção de sua vitoriosa carreira entristeceu a todos. Agora, o turfe brasileiro reza pela sua volta as pistas. Seria a volta do sonho pessoal de Jorge Ricardo. Parar de montar com um número de vitórias impossível de ser alcançado por qualquer outro jóquei em qualquer época.

No Grande Prêmio Brasil, Ricardinho penou para conquistar a primeira vitória. Mas ela veio em grande estilo, em 1992, com Falcon Jet, do Haras Santa Ana do Rio Grande, que livrou cabeça sobre o eterno rival Flying Finn, do Stud Numy, montado por Juvenal Machado da Silva. De baixo de chuva e com raia de grama coberta de lama, Jorge Ricardo finalmente escrevia seu nome a história da prova. Era a revanche sobre Juvenal, que já lhe havia causado tantos dissabores. Dois anos depois, com Much Better, o melhor cavalo que montou em toda sua vida, Ricardo chegaria ao bi-campeonato do páreo mais importante e tradicional do país.

quinta-feira, 16 de julho de 2009







A inesperada passagem de um grande turfista

Eram pouco mais de 15h de sábado na cabine de transmissões do Jockey Club Brasileiro. Entre um páreo disputado na Gávea e outro, em Cidade Jardim, eu trocava idéias com o jornalista Mauro de Faria. Falávamos das corridas. Era o nosso assunto preferido desde os tempos da Faculdade de Comunicação. De repente, ele virou para mim e falou: “Vou dar um pulo lá embaixo e daqui a pouco eu volto”. Eu não poderia imaginar que aquela frase tão simples representava a despedida, para sempre, do amigo de 30 anos. Um tempo depois, não sei precisar quanto, mas no mínimo uma hora, ele ainda me ligou do serviço médico do hipódromo. “Avisa ao pessoal da cabine que eu não vou voltar. Estou suando frio e com dores no peito. Tenho um atestado médico e o doutor me aconselhou a fazer um eletrocardiograma. Vou correr atrás”, explicou. Este seria o nosso último diálogo.

Quando liguei para o seu telefone, cerca de duas horas depois, gelei ao ouvir a voz da sua irmã, Letícia. Ela me disse que estava com ele na emergência, do Hospital Miguel Couto. Eu, André Cunha e o jóquei R.Barros fomos para lá. Mas quando chegamos já era tarde. Aos prantos, Letícia tentava me explicar: “Perdemos o Maurinho. Não consigo acreditar. Os médicos fizeram de tudo, mas ele teve um infarto agudo do miocárdio. Não tiveram tempo para nada”, disse e me olhou desolada. André ficou chocado. Havia almoçado com ele algumas horas antes. Agora só restavam as lágrimas das irmãs, Letícia e Cristina, o atestado de óbito confeccionado por um funcionário do hospital e o rosto ainda jovem do popular Tocha, devido aos cabelos ruivos, na carteira de identidade, de onde eram copiados os seus dados pessoais. Assim, sem mais nem menos, perdemos o nosso grande amigo.

Mauro de Faria era um profissional competente. Fazia trabalhos de revisão das publicações da Fundação Getúlio Vargas. Trabalhou no Jornal do Brasil e na antiga, Última Hora, aonde participou do tablóide do saudoso Wilson do Nascimento. Era estudioso. Como a gente costuma dizer na gíria do turfe, excelente papeleiro. Colecionava pilhas de revistas Turfe-Brasil. Na sua casa ainda havia alguns exemplares antigos da Revista Jockey Club Brasileiro e Turfe Cidade Jardim. Durante horas a fio estudava as linhas de retrospectos dos cavalos. Torcedor apaixonado do Flamengo. Dividia o seu coração entre o turfe, futebol e o filho Daniel, de 14 anos, carinhosamente chamado pelos turfistas da Tribuna Social de Tochinha, devido aos cabelos vermelhos, iguais aos do pai.

Boêmio, Mauro Tocha apreciava um bom uísque, o inseparável cigarro e moças desinibidas. Não abria mão do bate-papo com seus melhores amigos, entre eles, além deste colunista, Eduardo Manhães, Romney Aguiar, Cabelada, Evandro Boneca, Nabo, Paulo Pisca, Felipe, Arnaldo, Rafael Cavalcanti, Marco Aurélio Ribeiro, André Cunha, Natan, Luís Urubatan Carlos, Daniel Kransfeld, Celson Afonso, André Rodrigues, Dilmar, Lanny, Valtinho, Robson, Fred, Agostinho, Manolo, Jacks, os treinadores, Adriano Lobo, Marcos Ferreira Paulo Salas, José Luiz Pedrosa, Vítor Paim, e os jóqueis, Jorge Leme e Jorge Antônio Ricardo.

REQUEBRA É CRAQUE

A exibição de Requebra, do Haras Santa Maria de Araras, no Grande Prêmio Cordeiro da Graça, prova preparatória para o quilômetro internacional, Grande Prêmio Major Suckow, não deixou dúvida do seu favoritismo no dia 2 de agosto. A velocista não atuava desde novembro do ano passado, mas não sentiu a inatividade. Pelo contrário deu um show na raia sem dar confiança aos rivais. A pensionista de Roberto Morgado Júnior tem enorme possibilidade de alcançar o bi-campeonato da prova. Dalto Duarte está confirmado como seu jóquei no importante páreo.

RUTINI SURPREENDE

O Grande Prêmio 16 de Julho prova preparatória para o Grande Prêmio Brasil teve desfecho inesperado. Rutini, propriedade de Carlos Alberto Moura da Silva, venceu de ponta a ponta sem ser incomodado pelos rivais. O castanho de criação do Stud TNT livrou pequena vantagem sobre Jeune-Turc, do Stud CED, que atropelou tarde para alcançá-lo. Os demais inscritos impressionaram pouco. Depois deste páreo ficou a sensação de favoritismo de três animais para o Grande Prêmio Brasil: Flymetothemoon, do Haras Doce Vale, Hot Six, do Stud Estrela Energia, e Smile Jenny, do Stud Torna Surriento.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

NOS MÍNIMOS DETALHES

Grande Prêmio 16 de Julho – Taça Jockey Club Brasileiro – GR.II

2.400 G - 12..07.2009.

Produtos de 4 anos e mais idade.

Rutini, Know Heights e Hurry Regina (Woodman), com preparo espetacular de Jonas Guerra, vence o 16 de julho em final dramático.

Louvamos seu treinador por deixá-lo na forma espetacular em que se encontra. Único animal que disputou esta prova, considerada a prepara-tória para o Brasil, cujo centro de treinamento é a própria Gávea.

Marcelo Almeida, cuja experiência na grama e nesta distância clássica, é sobejamente conhecida,portou-se como sempre, de maneira soberba.

Dada a largada, fez questão de assumir a dianteira. A ordem dos competidores, desde a 1ª passagem pelo espelho, até os 900, era: Rutini, Le Roi S’Amuse, Rich And Famous,Príncipe dos Mares, Dear-Est, Jeune-Turc e em último, como sempre Haraquirí.

Nos 600, seguia ponteando Rutini, Le Roi S’Amuse em 2º, Príncipe dos Mares passava por Rich And Famous, Jeune – Turc melhorava para 5º e a seguir Dear-Est e Haraquiri.

Nos 500, M’Almeida deu nova partida com Rutini, fazendo a diferança permanecer a mesma que o separava dos adversários. A partir dos 300, com o chicote agora na canhota, exigiu o máximo de sua montada e numa tocada enérgica e ritmada, conseguiu levar Rutini no 1º posto até o disco, amparando violenta carga de seu mais poderoso adversário.

Jeune-Turc, o 2º colocado, fez belíssima apresentação. Venâncio deve estar satisfeito, pois a tendência é de que seu pupilo melhore e chegue ao Brasil no último furo. Correu sempre no fundo do lote, que achamos que é como ele gosta de ser corrido; virou a curva em 5º e deu boa atropelada , aproximando-se muito do ganhador. Fez a dupla dos Know Heights.

Príncipe dos Mares correu sempre 4º. Entrou na reta em 3º e por breves instantes conseguiu o 2º posto, mas logo em seguida, nos 200 foi suplantado p/Jeune-Turc. Correu bem, fazendo bom 3º.

O 4º colocado, Dear-Est, correu sempre afastado. Entrou reta em 6º e descontou um pouco. Nos instantes finais ultrapassou Le Roi S’Amuse e este completou o marcador.

Tempo do páreo: 2m36s63.

Não correu:Roman Heights.


Criador: Stud TNT
Proprietário: Carlos Alberto Moura da Silva
jóquei: Marcelo Almeida
treinador:Jonas S. Guerra.


Sérgio Melgaço

quarta-feira, 8 de julho de 2009







Dulcino Guignoni, a volta triunfal de um gênio

Algumas vezes as palavras são insuficientes para enaltecer o talento do indivíduo. E o esporte rende-se aqueles que o possuem de maneira insofismável. O turfe morre de amor pela desconcertante capacidade profissional do treinador Dulcino Guignoni. Ele é um destes fora de série que tiram o fôlego da platéia com sua competência e genialidade. Depois de cumprir longa suspensão por medicação de um dos seus pensionistas, esta semana voltou aos programas oficiais com a corda toda. Foi um início de temporada exuberante e devastador.

No sábado, Guignoni ganhou o GP Gervásio Seabra, com Colorado Sam, do Stud Alvarenga, e no domingo, o GP Adayr Eiras de Araújo, com Hope, do Stud Azul e Branco. De quebra, Qualidade Indy, do Stud Dois Irmãos, levou a melhor em Cidade Jardim, atuando em nome de Ronaldo Lima, no GP Luiz Fernando Cirne Lima. Guignoni trata-se de um fenômeno na arte de treinar cavalos de corrida.

O adjetivo avassalador é o mais adequado para o retorno do treinador a sua atividade profissional. Guignoni estava em desvantagem teórica nos três confrontos clássicos. Colorado Sam é um cavalo de campanha espetacular, mas pegou prova preparatória contra cavalos mais novos, enquanto ele completou seis anos. Com preparo mais que perfeito e direção inspirada de Marcos Mazini, outro grande destaque nesta primeira semana do ano hípico, Colorado Sam colocou importante triunfo no currículo.

Na prova preparatória para o GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra, em 2.000 metros, na grama, Guignoni fez duas inscrições : La Vendetta, do Haras Tributo à Ópera, e Hope, do Stud Azul e Branco. A primeira uma égua clássica e qualificada, mas inscrita um pouco em cima da corrida de reaparecimento. Obteve uma regular quinta colocação. Hope trazia um segundo lugar numa prova comum para éguas de quatro anos com uma vitória. Mas a sensibilidade do treinador falou mais alto. Com o pedigree Know Heights e Maria Star, filha de Ghadeer, ele decidiu que ela poderia sair-se bem no aumento do percurso. Montada com muita precisão por Dalto Duarte ganhou a Taça Onze de Julho.

“Este cara é um gênio! A gente tem que tirar o chapéu para ele. E nos páreo de distância então, é um fenômeno! Só com muita sensibilidade, o treinador tem coragem de inscrever uma égua, que vem de segundo lugar no páreo de uma vitória, na prova preparatória para o Brasil das éguas. Eu fico entusiasmado em ter um colega de profissão assim”, comemorou Leopoldo Cury, veterinário, professor universitário e também treinador.

Qualidade Indy, do Stud Dois Irmãos, foi outra proeza de Guignoni. Desta vez ele acabou por atrapalhar o próprio filho, Leandro Guignoni, agora no turfe paulista. Inscrita em nome de Ronaldo Lima devido à suspensão de Guignoni, ela derrotou Hilaris, pensionista de Leandro, nos metros finais. O GP Luiz Fernando Cirne Lima foi disputado em Cidade Jardim, quinze minutos antes do triunfo de Hope aqui na Gávea. Foi a primeira corrida de Qualidade Indy em São Paulo, mas conseguiu superar a viagem e um bom lote de adversárias.

A pouco mais de 20 dias da semana mais importante do turfe nacional, Dulcino Guignoni está confiante em recuperar o tempo perdido devido à suspensão. Atencioso com a imprensa, ele nos recebeu com um forte abraço na Repesagem. Admitiu ter ficado frustrado com o longo tempo ausente do hipódromo carioca, mas disse que o grande consolo foi ter ganhado a estatística clássica nacional pela quarta vez consecutiva embora tenha ficado sete meses afastados. “A minha motivação continua grande. Tenho amor a minha profissão e me sinto gratificado toda vez que consigo ganhar um clássico. Vamos caprichar para a semana do Grande Prêmio Brasil!”, exultou.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

NOS MÍNIMOS DETALHES

Grande Prêmio J. Ademar de Almeida Prado-Taça de Prata-Grupo 1
1.600 G – 28.06.2009

Potros de 2 anos


Timeo, com direção mais que perfeita de Marcelo Cardoso, jóquei clássico por excelência, vence de maneira insofismável esta importante prova.

Antes de comentarmos o desenrolar do páreo, façamos uma retrospectiva da atuação dos 2 primeiros colocados neste páreo.

No dia 7 de junho, foi corrida uma prova preparatória, justamente para este grande prêmio. Nesta ocasião, o vencedor foi Táxi Aéreo. Secundou-o, Timeo. Este fez o train da prova e Táxi Aéreo o dominou dos 200 finais.

Tempo não é tudo, não é um fator decisivo, mas, no mesmo dia, Uncle Tom venceu o Criterium de 2 anos, no tempo de 1m34s71 e Táxi Aéreo venceu a preparatória em tempo ligeiramente melhor – 1m34s24.

Este detalhe, não deve ter sido levado em conta pelo público apostador, pois Timeo rateou 16,80 e Taxi Aéreo era um eventual de 18,30.

Tempo não é tudo, mas como estas carreiras foram disputadas no mesmo dia, isto deveria ter sido levado em conta...

Agora vamos ao páreo.

Too Friendly, mesmo largando pela baliza 9, em desabalada carreira tomou a ponta, em 2º o ligeiro Seu Nicão. Os dois chegaram a tirar 4 corpos de vantagem sobre o 3º colocado, Trapeze, que tinha a seu lado Táxi Aéreo.

A seguir corriam True Event , Moryba, Gulf News, Timeo e Tommasi.

No final da curva, já assumia o 1º posto, Seu Nicão. Táxi Aéreo dominava Trapeze que por sua vez dominava Too Friendly. Logo a seguir, aparecia Moryba. Este largou dando vantagem de 2 corpos e em nossa opinião, Duarte o fez correr um pouco cedo, talvez procurando recuperar o terreno desperdiçado com a má largada.

Aproximadamente nos 400, Táxi Aéreo dominava Seu Nicão. Moryba faziaforça para ocupar o 2º posto e tentar a ponta, mas faltou-lhe ação.

Enquanto isto, Timeo que corria penúltimo até a entrada da reta, aparecia com ação avassaladora, numa furiosa atropelada e Marcelo Cardoso tocando e batendo, tocando mais do que fazendo uso do chicote, dominava o páreo nos 150 finais.

Era verdadeiramente um expresso pilotando outro.

Táxi Aéreo, 2º colocado, também fez corridaço, confirmando sua boa atuação na prova preparatória. Entrou na reta no 2º posto perto de Seu Nicão, dominou-o nos 400 e chegou a dar impressão de que seria o vencedor, mas no final não resistiu a melhor ação de Timeo.

Moryba, foi bom 3º Poderia ter sido melhor. Teve percurso infeliz.

Deu boa impressão no meio da reta. Achamos que deve correr mais quieto, pois não tem velocidade inicial, e pensamos que o aumento de distância, também lhe fará bem. Aguardemos.

Tommasi correu para uma chegadinha. Esteve sempre em último, posição que entrou na reta e passou para 4º nos 200. Não ameaçou mais que isto.

Seu Nicão fechou o placar. Pensamos que seu relativo fracasso, se deveu mais ao fato de ter corrido pela raia de grama, que achamos não ser o seu forte, do que ter corrido pela 1ª vez nos 1600. Foi eleito favorito da prova e parou muito cedo. Andou correndo contra adversários mais fracos, mas não era nunca exigido. Sempre galopava na frente dos adversários.

Timeo marcou para a milha, o tempo de 1m96s97 – penetrômetro 5.5


Ficha técnica
filiação: First American e In The Sand (Atticus)
criador: Haras São José da Serra
proprietário: Stud Yatasto
treinador: R. M. Lima
jóquei:Marcelo Cardoso


Sérgio Melgaço





Mazini e Sampaio, todas as honras aos campeões

Por coincidência, eles trabalham juntos. E no Hipódromo da Gávea, atualmente formam dupla infernal. O turfista confia na eficiência de ambos e os cavalos estão sempre amparados nas apostas. Os rivais tremem ao saber o que terão pela frente: um cavalo no auge da forma atlética montado por um jóquei em estado de graça. Acabou mais uma estatística. Como todos sabem, o ano hípico no Brasil começa no primeiro dia de julho e acaba no último dia de junho do ano seguinte. Marcos Mazini chegou ao bi-campeonato e Júlio César Sampaio também. Cada um na sua atividade, eles brilharam intensamente e foram, sem qualquer sombra de dúvida, as duas grandes estrelas entre os profissionais da temporada.

Júlio César Sampaio teve ascensão meteórica no turfe carioca. Chegou de mansinho, como quem não quer nada, mas tinha grandes ambições. No sul foi cavalariço, trabalhou nas cocheiras e deu duro no frio do interior para ganhar o pão de cada dia. O mínimo sucesso adquirido sempre foi suado e por isso aprendeu a valorizar suas novas conquistas. Observador, dedicado e astuto procurou aprender com modéstia a arte de treinar puros-sangues de corrida. Soube acompanhar a evolução dos tempos e aproximar-se das pessoas certas, entre elas, o turfman, Luís Antônio Ribeiro Pinto, profundo conhecedor do meio turfístico em todos os seus seguimentos. Olhar atento, pouca conversa e muito trabalho, o Alemão chegou lá. E agora está difícil segurar o homem.

Sampaio tem estilo de treinamento agressivo. Seus cavalos não são tratados como damas da corte dos tempos da idade média. Pelo contrário, se tiver um páreo considerado favorável, suas inscrições acabam na urna com significativa regularidade. Realiza exercícios de rigor com trabalhos fortes, partidas curtas e movimento intenso no partidor. Não dá moleza para a tropa por que sabe que seus cavalos não encontrarão moleza nas competições. Na corrida ganha quem está mais bem preparado. E no galope de apresentação, seus pensionistas já deixam bem claro ao público e aos adversários que não serão presas fáceis de superar.

O mais importante na carreira de Júlio César Sampaio é a constante evolução. O fato de ter ratificado sua capacidade de conquistar a estatística de treinadores foi importante. De agora em diante, ele pode trabalhar com maior tranquilidade. Já provou que não ganhou por acaso e também que pode ganhar toda vez que se preparar para isso. Sampaio agora tem que seguir o exemplo de Dulcino Guignoni e Venâncio Nahid, ganhadores de estatística no passado, mas que no presente concentram o seu foco nas provas mais importantes do calendário. E nem por isso deixam de ganhar os páreos comuns. O objetivo maior é sempre revelar os craques. De agora em diante, para o Alemão, o céu é o limite...

Marcos Mazini experimentou o sabor de ser o número um na temporada passada. Demonstrou naquela oportunidade garra, talento e determinação. Venceu uma estatística que parecia perdida. Durante todo o ano hípico Dalto Duarte liderou seguido por Tiago Josué Pereira. Mazini encostou aos poucos e numa arrancada fantástica, que culminou com 15 vitórias na última semana da estatística, ultrapassou os dois rivais num final eletrizante. Foi um final de semana inesquecível para os turfistas. Dos 40 páreos disputados, os três jóqueis ganharam 31. Além dos 15 triunfos de Mazini, Dalto ganhou nove e Tiago sete.

A temporada turfística deste ano foi bem diferente. Tiago e Dalto nunca mostraram força para a disputa. Carlos Lavor esboçou um esforço inicial, mas diante da avalanche de vitórias de Mazini, também renunciou. Mazini desfilou um repertório de vitórias fantástico e botou o seu bloco na rua. Livrou vantagem imensa na frente e pelo andar da carruagem tem tudo para chegar ao tri-campeonato. Precisa vigiar o peso. É um jóquei de estatura pequena, embora seja forte. E nada justifica ficar pesado. Só mesmo o relaxamento.

Mazini deve manter-se ambicioso e ter em mente o enorme privilégio que representa ser o número um. É só lembrar-se dos dias difíceis em que procurava as montarias no padoque e mal conseguia cavalos sem chance para montar. Agora está na crista da onda e todos os proprietários e treinadores querem contar com ele. Para seguir assim não pode descuidar-se. Ele agora é o obstáculo a ser batido. Por todos os outros jóqueis em atividade no prado carioca.