quarta-feira, 1 de julho de 2009






Mazini e Sampaio, todas as honras aos campeões

Por coincidência, eles trabalham juntos. E no Hipódromo da Gávea, atualmente formam dupla infernal. O turfista confia na eficiência de ambos e os cavalos estão sempre amparados nas apostas. Os rivais tremem ao saber o que terão pela frente: um cavalo no auge da forma atlética montado por um jóquei em estado de graça. Acabou mais uma estatística. Como todos sabem, o ano hípico no Brasil começa no primeiro dia de julho e acaba no último dia de junho do ano seguinte. Marcos Mazini chegou ao bi-campeonato e Júlio César Sampaio também. Cada um na sua atividade, eles brilharam intensamente e foram, sem qualquer sombra de dúvida, as duas grandes estrelas entre os profissionais da temporada.

Júlio César Sampaio teve ascensão meteórica no turfe carioca. Chegou de mansinho, como quem não quer nada, mas tinha grandes ambições. No sul foi cavalariço, trabalhou nas cocheiras e deu duro no frio do interior para ganhar o pão de cada dia. O mínimo sucesso adquirido sempre foi suado e por isso aprendeu a valorizar suas novas conquistas. Observador, dedicado e astuto procurou aprender com modéstia a arte de treinar puros-sangues de corrida. Soube acompanhar a evolução dos tempos e aproximar-se das pessoas certas, entre elas, o turfman, Luís Antônio Ribeiro Pinto, profundo conhecedor do meio turfístico em todos os seus seguimentos. Olhar atento, pouca conversa e muito trabalho, o Alemão chegou lá. E agora está difícil segurar o homem.

Sampaio tem estilo de treinamento agressivo. Seus cavalos não são tratados como damas da corte dos tempos da idade média. Pelo contrário, se tiver um páreo considerado favorável, suas inscrições acabam na urna com significativa regularidade. Realiza exercícios de rigor com trabalhos fortes, partidas curtas e movimento intenso no partidor. Não dá moleza para a tropa por que sabe que seus cavalos não encontrarão moleza nas competições. Na corrida ganha quem está mais bem preparado. E no galope de apresentação, seus pensionistas já deixam bem claro ao público e aos adversários que não serão presas fáceis de superar.

O mais importante na carreira de Júlio César Sampaio é a constante evolução. O fato de ter ratificado sua capacidade de conquistar a estatística de treinadores foi importante. De agora em diante, ele pode trabalhar com maior tranquilidade. Já provou que não ganhou por acaso e também que pode ganhar toda vez que se preparar para isso. Sampaio agora tem que seguir o exemplo de Dulcino Guignoni e Venâncio Nahid, ganhadores de estatística no passado, mas que no presente concentram o seu foco nas provas mais importantes do calendário. E nem por isso deixam de ganhar os páreos comuns. O objetivo maior é sempre revelar os craques. De agora em diante, para o Alemão, o céu é o limite...

Marcos Mazini experimentou o sabor de ser o número um na temporada passada. Demonstrou naquela oportunidade garra, talento e determinação. Venceu uma estatística que parecia perdida. Durante todo o ano hípico Dalto Duarte liderou seguido por Tiago Josué Pereira. Mazini encostou aos poucos e numa arrancada fantástica, que culminou com 15 vitórias na última semana da estatística, ultrapassou os dois rivais num final eletrizante. Foi um final de semana inesquecível para os turfistas. Dos 40 páreos disputados, os três jóqueis ganharam 31. Além dos 15 triunfos de Mazini, Dalto ganhou nove e Tiago sete.

A temporada turfística deste ano foi bem diferente. Tiago e Dalto nunca mostraram força para a disputa. Carlos Lavor esboçou um esforço inicial, mas diante da avalanche de vitórias de Mazini, também renunciou. Mazini desfilou um repertório de vitórias fantástico e botou o seu bloco na rua. Livrou vantagem imensa na frente e pelo andar da carruagem tem tudo para chegar ao tri-campeonato. Precisa vigiar o peso. É um jóquei de estatura pequena, embora seja forte. E nada justifica ficar pesado. Só mesmo o relaxamento.

Mazini deve manter-se ambicioso e ter em mente o enorme privilégio que representa ser o número um. É só lembrar-se dos dias difíceis em que procurava as montarias no padoque e mal conseguia cavalos sem chance para montar. Agora está na crista da onda e todos os proprietários e treinadores querem contar com ele. Para seguir assim não pode descuidar-se. Ele agora é o obstáculo a ser batido. Por todos os outros jóqueis em atividade no prado carioca.

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